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Reservas ecológicas ocupam 30% do território da USP

A USP, famosa por possuir o vestibular mais concorrido do País e os cursos mais bem avaliados pelos rankings universitários, também é conhecida por suas extensas áreas verdes. Com uma rica variedade de fauna e flora, a Universidade atrai a população paulista para lazer, esporte e descanso dentro dos seus campi. Dos mais de 76 milhões de metros quadrados de território da Universidade, mais de 23 milhões são de áreas verdes preservadas, segundo dados da Superintendência de Gestão Ambiental, o corresponde a 30,1%.

Vista aérea do bosque do ICB – Foto: Jorge Maruta/USP Imagens

Nesta segunda-feira, 5 de junho, quando é comemorado o Dia Internacional do Meio Ambiente, o Jornal da USP inicia uma série de reportagens sobre as reservas ecológicas da Universidade.

Seis campi possuem áreas consideradas reservas ecológicas: Lorena, Piracicaba, Ribeirão Preto, Pirassununga, São Carlos e São Paulo (distribuídas entre a Cidade Universitária, no Butantã, e o Parque CienTec, na Água Funda), todas regulamentadas por uma legislação interna.

Patrícia Iglecias, superintendente de Gestão Ambiental da USP, conta que são áreas de Mata Atlântica e Cerrado fragmentadas que servem ao propósito de restauração, conservação, pesquisa e extensão.

Embora seja sempre preferível áreas de proteção unidas e não fragmentadas, os chamados Corredores Ecológicos, Patrícia explica que os fragmentos atendem aos propósitos da Universidade. “Do ponto de vista ambiental, os corredores ecológicos têm um benefício ambiental muito grande, conseguir unir áreas é melhor. Mas na Universidade, onde já foram feitas construções, identificar partes vale a pena porque pode se desenvolver pesquisa”, conta.

Reservas ecológicas

A maior parte das reservas ecológicas da USP foi criada por meio de uma portaria da Reitoria em 2012. De acordo com a Superintendência de Gestão Ambiental (SGA), naquela época, foram declarados 2.165,98 hectares (ha) de reservas ecológicas. Até então, a única área declarada protegida tinha sido a Reserva Florestal do Instituto de Biociências (IB), com 10,2 ha e localizada no campus da Cidade Universitária.

Os últimos dados disponibilizados pela SGA mostram que as reservas ocupam 2.312,29 hectares. A maior reserva se encontra no campus de Piracicaba, com 1.111,88 hectares de extensão. Já em Pirassununga está a maior proporção de reserva em relação à área do campus – 38,86%.

Nesta terça-feira, 6 de junho, o reitor assinará a portaria de criação de mais uma área protegida no campus da Cidade Universitária.

DADOS EM HECTARE (ha) POR CAMPUS DA USP

CampusÁrea de reserva ecológica em haÁrea total do campus em  ha% de reserva ecológica em relação a área total de cada campus
Bauru15,68—-
Lorena8,1637,3421,85
Piracicaba1.111,883.825,4029,07
Ribeirão Preto168,95586,328,82
Pirassununga881,622.269,0038,86
São Paulo106,01791,9713,39
São Carlos35,71155,4722,97
Total2.312,297.681,1630,10
Fonte dados: 1. Levantamento sobre o uso e ocupação territorial dos Campi para apoiar a elaboração do Plano de Gestão Ambiental de Uso e Ocupação Territorial da USP, 2016; 2. Anuário Estatístico da USP, 2014.

Essas reservas, ressalta Patrícia Iglecias, são protegidas por uma legislação interna da Universidade. No Brasil, há legislações diferentes de acordo com a especificidade dos espaços: as Áreas de Preservação Permanente são áreas naturais intocáveis onde não é permitida a exploração econômica direta; as Unidades de Conservação são áreas que devem ser protegidas por possuir alguma característica especial; e a Reserva Legal é a área do imóvel rural que, coberta por vegetação natural, pode ser explorada com o manejo florestal sustentável.

No caso, a USP demarcou essas reservas por iniciativa própria. “É importante lembrar que essas reservas não estão naquele conceito da lei. Não é que a lei obriga a preservar, esse é um plus que a Universidade está oferecendo para a sociedade, que é de ter essas áreas protegidas”, explica a superintendente.

Ela compara essa ação da Universidade com as chamadas Reservas Particulares do Patrimônio Natural, que são propriedades protegidas por decisão de seus proprietários. Além do benefício de se ter mais áreas verdes sendo conservadas e restauradas no Estado de São Paulo, Patrícia também aponta a vantagem de se utilizar essas locais como “laboratório” para a sociedade. Os alunos podem desenvolver pesquisas nas reservas e implementar políticas que mais tarde podem se tornar políticas públicas para as cidades. 

A Universidade é um grande laboratório para a cidade, para o Estado e para as políticas públicas.

Política Ambiental da Universidade

Juntamente com a criação da Superintendência de Gestão Ambiental, em 2011, nasceu o planejamento para a Política Ambiental da USP. É um documento que direciona e legitima as ações socioambientais na Universidade.

Com ajuda de voluntários, foram separados grupos de trabalho para definir políticas específicas. Foram 12 grupos como: Águas e Efluentes, Áreas Verdes e Reservas Ecológicas, Edificações Sustentáveis, Educação Ambiental, Redução de Emissões de GEE e GP, Energia, Fauna, Mobilidade, Resíduos Sólidos, Sustentabilidade na Administração, Política Ambiental na Universidade e Uso e Ocupação Territorial.

Patrícia Iglecias, superintendente de gestão ambiental - Foto: Jorge Maruta/USP Imagens
Patrícia Iglecias, superintendente de Gestão Ambiental – Foto: Jorge Maruta/USP Imagens

A intenção é de que essas diretrizes sirvam de orientação para a criação de planos sustentáveis focados em cada campus, instituto e, se possível, departamento. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, criada em 2010, foi a base para a criação das políticas da Universidade, que foram separadas em quatro fases.

A primeira traçou os objetivos e diretrizes a serem seguidas; a segunda, a definição dos planos e metas para cumprimento das políticas; a terceira, os planos diretores com 11 capítulos temáticos para cada campus; e a quarta fase são os programas sustentáveis de cada faculdade ou departamento.

Atualmente, a USP se encontra finalizando a fase 2, com as políticas já aprovadas em todos os campi, com exceção do de São Paulo. Em seguida vem a fase de implementar os planos diretores. “São muitos temas, não íamos conseguir implementar todos esses temas de uma vez, então qual foi a ideia da Superintendência? Trabalhar com projetos piloto”, Patrícia explica.

Os projetos piloto são projetos de sustentabilidade que já existem e recebem o apoio do órgão. Por exemplo, o projeto de cobertura viva no prédio da Faculdade de Direito (FD) da USP, ou a recuperação da Floresta da USP e a criação de um banco genético de espécies nativas no campus de Ribeirão Preto.

Patrícia destaca que apesar de existir uma política para toda a Universidade, cada campus tem sua particularidade em termos de fauna e flora. A intenção é, ao final desse trabalho de implementação das políticas, reunir todos os dados ambientais de cada campus em um sistema corporativo informatizado.

“Eu acho que o sistema é fundamental para a gente ter um controle de tudo isso que está sendo programado como políticas da Universidade. O ideal é quanto mais informação a gente tiver, melhor”.

Vista aérea da Cidade Universitária, na capital – Foto: Jorge Maruta/USP Imagens

Semana do Meio Ambiente na USP

Várias unidades da Universidade organizaram uma programação para celebrar o meio ambiente nos próximos dias. Na Cidade Universitária, serão realizadas trilhas ecológicas e o lançamento de um aplicativo inspirado no jogo Pokémon GO com animais da Mata Atlântica. No Quadrilátero Saúde/Direito, a semana terá aulas temáticas, food trucks, distribuição de mudas, exibição de vídeos, entre outras atividades.

No interior, Bauru traz como novidade de 2017 o Prêmio Estímulo ao Jovem Ambientalista do Campus USP Bauru. Com oficinas, intervenções educativas e atividades práticas, o campus de Piracicaba quer sensibilizar a comunidade sobre a importância dos cuidados com o meio ambiente para a melhoria da qualidade de vida.

Matéria original em: https://jornal.usp.br/?p=68711

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